quarta-feira, 13 de outubro de 2010

abandoned love




You were born with a snake in both of your fists while a hurricane was blowing
Freedom just around the corner for you...Jokerman, Bob Dylan

I was born with a snake in my fists and in my body...in my soul, while the hurricane was blowing, sreaming in the space
Freedom just around the corner for me, and for you...

Uma pausa nas coisas do amor... para falar de algo que transcende os amores, paixões e etc...Ar, liberdade. Bom, pode parecer meio, ou totalmente clichê: o amor só dura em liberdade, mas infelizmente, ou felizmente, é isso mesmo. E mais, vejo que nenhum amor começa sem liberdade...para duas pessoas livres e querem continuar a ser livres o amor nasce onde existe espaço, bastante espaço e ar! E cresce solto...blowing in the wind...

Ando cética para os romances, ou melhor descobri coisas melhores do que as já usadas, batidas e surradas  frases de amor que terminam virando poderosos venenos e mantras incansáveis de uma prisão...prisão onde as celas não parecem com celas...nossas almas são livres, pelo menos a minha é, e então por que ficamos ansiosos em prendê-la, entregá-la a outro?...e quando isso não acontece, quando o outro recusa nosso coração de bandeja e pede que sejamos só e apenas isso, uma alma solta ao vento...livre...fazemos o que?

Minha alma hoje dança só no espaço, e com com mais quiser acompanhá-la, não imponho restrições, também não julgo...mas não prometo e nem exijo promessas...por que os encontros verdadeiros acontecem no ritmo do vento, no ar, como somos, como devemos ser...

e vivo...Like a roling stone...e adoro ser a rolling stone...enquanto o mundo se move ao meu redor

Everybody's wearing a disguise
To hide what they've got left behind their eyes.
But me, I can't cover what I am

I march in the parade of liberty
But as long as I love you I'm not free.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

a saudade...é Brigitte Bardot



A saudade é Brigitte Bardot...acenando com a mão num filme muito antigo...

Fico pensando, qual alegoria, qual imagem temos da saudade? fico pensando na saudade...
para Zeca Baleiro ela é como a diva Brigitte Bardot, dando adeus...numa melancólica cena de filme noir... mas e para mim, como a saudade se apresenta? A saudade se apresenta complacente e doce, e me envolve...

Eu não sei bem de que saudade falo, se das coisas que já conheço e não tenho, ou daquelas que nunca cheguei a ter, mas que desejo com todas as forças de minha alma. De qualquer forma, ela se parece com uma musa sim, bela e intocável...acenando-me sempre que meu coração palpita e minha pobre alma sofre com seus excessos...

nesses momentos a saudade como Brigitte Bardot se anuncia como uma aparição, me prometendo o oásis no deserto...mas apenas sua beleza é a promessa, por que quanto mais avançamos em direção a essa nostalgia bela e envolvente, mais vamos perdendo o chão sobre nós mesmos e ficamos a vagar, a flutuar em lembranças tão perenes...em memórias ao mesmo tempo tão densas e tão efêmeras...ela é uma promessa de beleza...

porém...

a saudade é um trem de metrô, subterrâneo obscuro escuro claro, é um trem de metrô...

Ela é um trem de metro que avança quilômetros por hora alma a dentro, mexe e remexe nos nossos vazios povoados de sentimentos que nem sabemos que ali estão...tira todos pra fora, avança, avança até chegar no fundo do nosso ser, no fim desse túnel que jamais tem fim...e então 

a saudade é prego parafuso, quanto mais aperta, tanto mais difícil arrancar...

e depois de cavar até o profundo íntimo de nosso ser, com nossas lembranças faz a orgia, revira-as, traz à vida pessoas e desejos mortos, Brigitte Bardot acena com a mão em seu filme antigo, enquanto inebriados e tontos vivemos o êxtase do encontro com o passado, trazido no trem da saudade...

e ela segue...como uma colcha velha que cobriu um dia numa noite fria nosso amor em brasa...

A saudade é Brigitte Bardot acenando com a mão num filme muito antigo